O delta da Medicina e do Médico
O delta do estudante de medicina existe?
O delta da Medicina e do Médico
A carreira médica é algo exaustivo. Diversas discussões em congressos e “rodas” de saúde mental postulam que o médico está entre os principais afetados negativamente. Basta observar evidências e dados do passado para comprovar tamanha preocupação com a carga horária, condições ruins e pressão física e mental da nossa profissão.
Em escolas de nível superior e em seleções para faculdades americanas, existe uma avaliação mais subjetiva das trajetórias e conquistas do aluno, o que permite que muitos jovens na medicina ou outras áreas que passaram por adversidades diferentes possam ter ainda acesso a boas escolas. Nas brasileiras, quando mais você memoriza e aprende em menos tempo, mais valorizado você é.
O delta da Medicina e do Médico
Algo bastante discutido é o chamado “delta”: a diferença entre o ponto de partida da pessoa e o que ela conquistou a partir daí.
Podemos pensar no delta como uma “distância”. Sabemos que a medicina não se assemelha muito a uma corrida de fórmula 1, mas a uma maratona. No mundo dos esportes, se eu começo no quarto km de uma corrida de sete km, provavelmente eu chegarei mais rápido ao final. Mas todos chegamos ao mesmo ponto. E na carreira médica?
Alguns médicos ou alunos largam na frente, outros mais atrás, outros já nascem na linha de chegada…
Se eu largar 4km na frente meu delta, ou a minha distância percorrida será muito menor, meu esforço será muito menor (e existe uma probabilidade que meu aprendizado também!).
Mas diferente do esporte, a linha final não é a mesma para todos. Não existe espaço para todos no topo, como diriam. E isso gera uma grande frustração e insatisfação.
Porém existem diversos tipos de experiência, deltas, na Medicina. Quando costumamos dar um novo passo, trocar de cidade, fazer uma outra residência, geralmente aqueles cujo delta é maior têm muito mais coragem, afinal já passaram por várias coisas. E estar em paz com o seu próprio delta é importante, em especial reconhecendo o tamanho dele e onde você quer chegar. Não é sobre cargo, salário ou prestígio, mas sobre a sensação indescritível que cada um de nós tem ao olhar pra trás e pensar em todo o sacrifício e esforço feito se pagando.
Você tem observado o seu delta? Parou para pensar e em especial celebrar isso? Que em 2024 possamos ter uma jornada mais leve e que foquemos no caminho, terminando o ano melhor do que começamos, e não no topo (já que esse é mesmo para poucos…). Focar na jornada não é almejar a mediocridade, mas crescer respeitando sua história e o seu tempo.
Autores Matheus Eugênio e Ítalo Abreu
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