Quando começou
Esse movimento originou-se da associação da clinica e da epidemiologia, ou seja do banco de dados na Universidade McMaster no Canadá no início dos anos noventa. A sociedade cientifica começou a perceber que a “opinião dos especialistas não era tão valiosa quanto se parecia… sendo a medicina a ciências das evoluções constantes e verdades passageiras, deu iniciou ao “processo de sistematicamente descobrir, avaliar e usar achados de investigações como base para decisões clínicas” (Evidence Based Medicine Working Group, 1992).
Evolução do tipo de evidência científica
Tipos e Níveis de Evidências
I- Evidência forte de, pelo menos, uma revisão sistemática (metanálise) de múltiplos estudos randomizados controlados bem delineados;
II- Evidência forte de, pelo menos, um estudo randomizado controlado bem delineado, de tamanho adequado e com contexto clínico apropriado;
III- Evidência de estudo sem randomização, com grupo único, com análise pré e pós–coorte, séries temporais ou caso- controle pareados;
IV- Evidência de estudos bem delineados não-experimentais, realizados em mais de um centro de pesquisa;
V- Opiniões de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos descritivos e relatórios de comitês de expertos ou consensos (Drummond & Silva, 1998)
Qual o melhor estudo? Posso ” Jurar pela minha mãe por essa Meta-análise ?”
E que diabo é essa Meta-análise que todo mundo fala?
Meta-análise não é um tipo de estudo. Ela é uma ferramenta estatística, que junta colocar vários estudos juntos e dar peso ou ênfase à essa decisão. Então eu posso juntar 20,30,500, 1000 estudos sobre o mesmo tema, espremer todo mundo e, com a meta-análise, conseguir alguma informação comum a todos eles? Sim? posso confiar de olhos fechados?
Não, meu amigo. Medicina não uma ciência exata né..
Resumindo
A meta-análise analise vários estudos sobre o mesmo assunto, e emite “um parecer ” estatístico, e se todos aqueles estudos forem ruins vai sair uma boa? pouco provável ne? “A meta-análise, neste caso, ajuda a apontar um caminho para que estudos melhores (mais adequados) sejam feitos e resolvam estas dúvidas.”
E o objetivo dos bons estudos para provar que A é melhor que B? no geral os estudos devem diminuir ” os fatores de confundimento “, seguindo o caminho de amostras homogêneas, estudos randominzados, duplo cegos e controlados. Posso comparar melancia com laranja? Não!
Entendendo o NNT
Bem meus amigos, esse tal de NNT é importante, pois o vilão dos estudos é o ” Número de pacientes Necessário a Tratar a fim de prevenir um desfecho indesejado (Number Needed to Treat)”. Esta medida quantifica o grau de benefício: quanto menor este número, maior o benefício. O ideal é um NNT de 1. No geral o que idealizamos é tratar um grande número de pacientes, na esperança de que alguns se beneficiem.
Um exemplo:
Se você tem um grupo de 100 pessoas com uma mortalidade de 12% que chega a emergência, mas desses você não sabe quem são os 12, certo? Os outros 88 não iriam morrer. Vamos pensar nos 12 que iriam morrer pela doença X, destes você da a medicação e 4 se salvam.
Concluimos que tratamos 100 pacientes para prevenir 4 mortes: 100/4 = 25, ou seja, precisamos tratar 25 pacientes para prevenir 1 morte. Este é o NNT.
Porquê os robôs não irão indicar os tratamentos?
Não é possível substituir a empatia, e o domínio desse sentimento pois este só nós, humanos. Outro motivo seria que o método de trabalho e indicar tratamentos não é tão linear quanto parece.
“Este é um dos momentos especiais, quando o conhecimento científico (NNT) se alia ao julgamento clínico (percepção subjetivo do médico) na decisão terapêutica. Devemos avaliar paciente de forma individual, apesar que devemos seguir a medicina baseada e evidência. “Observamos que o Risco é a probabilidade do paciente apresentar um desfecho ruim.
Em artigos isso é chamado de risco absoluto. Quando subtraímos o risco observado no grupo controle pelo risco observado no grupo tratamento, obtemos a redução absoluta do risco. Por exemplo, RA de morte no grupo droga é 12% e RA de morte do grupo placebo é 8% = RAR = 12% – 8% = 4%. Essa é a magnitude da redução absoluta do risco. Agora, NNT é 100 dividido pela RAR = 100/4 = 25.
RAR = RA do controle – RA do tratamento
NNT = 100 / RAR
Poucos estudos você vai achar o NNT de forma clara e objetiva.
Ideia Final
“A META-ANÁLISE NÃO CONSEGUE DEFINIR A EFICÁCIA DE UMA MEDICAÇÃO E NÃO DEVE SER USADA PARA ISSO. O desenho ideal é a metodologia RANDOMIZADA, DUPLO-CEGA, CONTROLADA por placebo.”
Medicina baseada em evidência, funciona? E como né?
Agora que as coisas clarearam de forma melhor depois que você leu o artigo ” medicina baseada em evidências, funciona? Queria te convidar para ler este artigo fundamental para sua carreira https://medicineme.com.br/o-brasil-esta-lotado-de-medicos/
Para se aprofundar sobre o tema :
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3789163/
Autor: Ítalo Abreu
Medicina Baseada em Evidência, funciona ?
Medicina Baseada em Evidência, funciona ?